Precisando de ajuda para montar um Plano Diretor de Turismo?

Esse documento é o principal requisito para que uma cidade possa manter-se como Estância Turística ou se transformar em Município de Interesse Turístico (MIT).

Basicamente, esse plano funciona como uma “trilha” para que interessados do setor público e privado saibam que caminho percorrer para atingir seus objetivos de desenvolvimento.

Uma vez que o potencial turístico esteja comprovado junto a objetivos claros e bem traçados, o município está preparado para candidatar-se a ser Município de Interesse Turístico e, se for classificado, pode pleitear do Estado verbas especiais.

O dinheiro é destinado a melhorias na infraestrutura e nos serviços dos atrativos, bem como na capacitação dos operadores e gestores da área.

Em 2018, o Governo do Estado de São Paulo programou um orçamento de R$ 433 milhões para o setor, o que deve ser ampliado em 2019 para que mais cidades possam tornar-se MITs e ter acesso a essas verbas, segundo a Secretaria Estadual de Turismo.

Saiba mais:  

Os conceitos “Estância Turística” e “Município de Interesse Turístico” são caracterizados no Estado de São Paulo pela Lei Complementar 1.261, de 29 de abril de 2015. 

Basicamente, a Estância Turística é um destino consolidado que deve apresentar um Plano Diretor de Turismo a cada três anos para continuar com essa classificação. 

Já o Município de Interesse Turístico é assim denominado por seu potencial, devido aos atrativos turísticos que podem ser explorados — condição comprovada pelo Plano Diretor de Turismo.  

Como montar um Plano Diretor de Turismo?

 

Serviços de informação turística estão no diagnóstico do Plano Diretor de Turismo.Serviços de informação turística estão no diagnóstico do Plano Diretor de Turismo.

Antes de elaborar o documento, é necessário que o município faça um mapeamento do seu potencial turístico e das pessoas do setor privado e público que podem contribuir com o plano.

Com todos os interessados juntos, é hora de fazer um planejamento que responda as seguintes perguntas:

 

– Onde estamos?

– Onde queremos chegar?

– Como chegar “lá”?

– Como transformar o plano em política pública?

Plano Diretor de Turismo: 4 passos para obter todas essas respostas e construir o documento

 

Diagnóstico, diretrizes, programas, projetos e validação: itens do plano diretor de turismo.Diagnóstico, diretrizes, programas, projetos e validação: itens do plano diretor de turismo.

1. Diagnóstico

 

Nesta etapa é preciso fazer um levantamento completo do inventário turístico, abrangendo todos os equipamentos e serviços ofertados no município, como:

atrativos turísticos;

● meios de hospedagem no local ou região;

● serviços médicos emergenciais;

● serviços de alimentação;

● serviços de informação turística;

● serviços de transporte;

● serviços de comunicação;

● serviços de segurança;

● infraestrutura básica para atender às populações fixas e flutuantes (abastecimento de água potável, sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários e gestão de resíduos sólidos).

Para cada atrativo, é importante fazer uma análise crítica quanto à sua infraestrutura, acessibilidade e capacidade atual e futura de fluxo.

Uma pesquisa com o turista para saber sobre suas necessidades é outro ponto importante do diagnóstico: assim, identifica-se de onde ele vem, quanto tempo fica no destino, que atrativos visita, quanto dinheiro gasta, o que agrada e o que não é apreciado.

Por exemplo:

se foi identificada a baixa qualificação da mão de obra como ponto crítico para o avanço do turismo local, é imprescindível definir a profissionalização do setor como diretriz estratégica.

 

2. Diretrizes

Plano Diretor de Turismo: infraestrutura, acessibilidade e capacidade atual e futura de fluxo.Plano Diretor de Turismo: infraestrutura, acessibilidade e capacidade atual e futura de fluxo.

Com os dados do diagnóstico em mãos, é possível identificar pontos fracos e fortes para explorar as vantagens e definir tudo o que precisa ser melhorado.

As ameaças e oportunidades da atividade turística também são levadas em consideração nessa fase: elas se referem a fatores incontroláveis que podem favorecer ou atrapalhar o desenvolvimento do plano, como a crise econômica.

A partir desse levantamento, a equipe estabelece diretrizes estratégicas — os grandes objetivos gerais estabelecidos no plano para orientar as ações posteriores.

Para cada atrativo, é importante fazer uma análise crítica quanto à sua infraestrutura, acessibilidade e capacidade atual e futura de fluxo. Uma pesquisa com o turista para saber sobre suas necessidades é outro ponto importante do diagnóstico: assim, identifica-se de onde ele vem, quanto tempo fica no destino, que atrativos visita, quanto dinheiro gasta, o que agrada e o que não é apreciado.

3. Programa e Projetos

Plano Diretor de Turismo: soluções práticas de curto, médio e longo prazos.

Cada diretriz determinada no passo dois deve orientar a definição dos programas e projetos necessários à melhoria e ao desenvolvimento da atividade turística na cidade.

Utilizando ainda o exemplo do tópico anterior: se a profissionalização do setor é diretriz estratégica, que programas de capacitação podem ajudar a resolver a deficiência?

A que públicos serão destinados, qual é a maior necessidade? A partir desses questionamentos, a equipe deve propor soluções práticas de curto, médio e longo prazos.

4. Validação do Plano Diretor de Turismo

Plano Diretor de Turismo: envolvimento com o conselho municipal de turismo é exigência.Plano Diretor de Turismo: envolvimento com o conselho municipal de turismo é exigência.

Não basta saber como montar um Plano Diretor de Turismo: para ter consistência, o documento deve ser transformado em política pública.

Para que isso aconteça, algumas providências são necessárias. Em primeiro lugar, é fundamental o envolvimento do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) durante todo o processo.

Trata-se de uma norma estabelecida pelo Fundo Estadual de Turismo: quaisquer projetos apresentados pelos municípios devem ser antes discutidos e aprovados pelo COMTUR.

Também é preciso prever a realização de audiências públicas e participação direta de vereadores para aprovar o plano como projeto de lei. Depois, é só trabalhar bastante e fazer acontecer!

Como o Senac auxilia no desenvolvimento do Plano Diretor de Turismo?

 O Senac promove o diálogo como base para toda a construção do projeto do plano diretor de turismo.

Olhando para esses quatro passos, montar um Plano Diretor de Turismo até parece simples, não é?

Mas, como envolve diferentes pessoas, conhecimentos, opiniões e posicionamentos, é muito importante contar com a ajuda especializada para mediar o processo. Nesse sentido, o Senac é parceiro de diversas cidades.

Basicamente, a instituição estabelece contrato com o município para capacitar um grupo de pessoas ligadas ao poder público e ao “trade do turismo”.

A aprendizagem acontece na prática, ou seja: aprende-se fazendo, utilizando-se o diálogo como base para toda a construção do projeto.

Ficou interessado? Fale com a gente, tire todas as suas dúvidas e as ideias do papel!

Colaboração:

Jorge Carlos Silveira Duarte, Gestor de Turismo e Hospitalidade do Senac São Paulo.